Por Bob Tourtellotte
LOS ANGELES (Reuters) - Os analistas de premiações de Hollywood identificaram "Pequena Miss Sunshine" e "Os Infiltrados" como favoritos certeiros para o Oscar, mas disseram que a disputa por vários dos prêmios ainda está totalmente aberta, duas semanas antes da entrega dos prêmios mais importantes do mundo do cinema.
"Acho que teremos um ano dividido. Prevejo que nenhum filme receberá mais que três Oscar e que os vencedores estarão espalhados", disse David Poland, que dirige o site Movie City News (moviecitynews.com).
Nos últimos 30 dias, vários sindicatos de categorias como produtores, atores, diretores e roteiristas entregaram seus prêmios, e vários temas emergiram na disputa pelo Oscar.
Os votos pelo Oscar devem chegar à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em 20 de fevereiro. Com a incerteza que ronda vários dos prêmios, incluindo o cobiçado Oscar de melhor filme, os analistas disseram que a cerimônia do Oscar, em 25 de fevereiro, pode ser a mais emocionante dos últimos anos.
A produção independente "Pequena Miss Sunshine" ganhou impulso na disputa pelo melhor filme, depois de ser premiada como melhor longa pelo Sindicato dos Produtores da América, melhor elenco pelo Sindicato dos Atores e melhor roteiro pelo Sindicato dos Roteiristas.
O policial "Os Infiltrados", de Martin Scorsese, também tem chances boas, já que Scorsese foi considerado o melhor diretor pelo Sindicato dos Diretores e William Monahan recebeu o prêmio de melhor roteiro adaptado do Sindicato dos Roteiristas.
Mas os analistas do Oscar dizem que não se deve esquecer do drama "Babel", com sua temática social forte que fala da superação das dificuldades de comunicação entre pessoas de culturas distintas.
E O OSCAR VAI PARA...
Embora "Babel" tenha perdido vários prêmios dos sindicatos para "Miss Sunshine" e "Os Infiltrados", o filme ainda goza de muito apoio, e, historicamente, os eleitores do Oscar costumam preferir dramas com mensagens sociais a comédias como "Miss Sunshine" ou policiais violentos como "Os Infiltrados".
Os outros dois indicados na categoria melhor filme -- "A Rainha", sobre a família real britânica, e "Cartas de Iwo Jima", rama de guerra japonês do cineasta Clint Eastwood --, têm bases de apoio muito fortes.
Mas os especialistas acham que "A Rainha" é circunscrito demais em termos de sua história e produção -- sem falar no fato de ser britânico demais -- para receber o Oscar principal, e que Eastwood já foi devidamente reconhecido no passado por "Os Imperdoáveis" e "Menina de Ouro".
Enquanto isso, Helen Mirren, no papel da rainha Elizabeth 2a em "A Rainha", Jennifer Hudson, como a cantora principiante em "Dreamgirls -- Em Busca de Um Sonho", e Scorsese, por "Infiltrados", parecem dominar as disputas por melhor atriz, melhor atriz coadjuvante e melhor diretor, respectivamente.
"Será este o ano de Scorsese? Digo com confiança que sim", falou o veterano crítico e blogger de cinema Emanuel Levy. Sobre Helen Mirren, ele acrescentou: "Se ela não ganhar, eu vou para a cadeia".
Forest Whitaker, no papel do ditador Idi Amin em "O Último Rei da Escócia", e Eddie Murphy representando um cantor soul dependente de drogas em "Dreamgirls", são os mais cotados para os Oscar de melhor ator e melhor ator coadjuvante.
Mas eles não devem abrir espaço para a estatueta do Oscar em suas prateleiras, ainda. Vários observadores do Oscar dizem que Peter O'Toole, que representa um homem mais velho apaixonado por uma mulher jovem em "Venus", vem fazendo a ronda das festas pré-Oscar em Hollywood, para concorrer com Whitaker.
Também se comenta que o veterano Alan Arkin, no papel de avô rabugento em "Miss Sunshine", pode roubar o prêmio de ator coadjuvante de Eddie Murphy.
E o dia da entrega está se aproximando.
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