25.2.07

Oscar é revelado hoje

Por Kleber Mendonça Filho

Vencedores do prêmio mais cobiçado do cinema são anunciados em cerimômia que reúne moda, antimoda e sorrisos nervosos.

A 79ª edição da entrega do Oscar acontece hoje, com transmissão ao vivo de Los Angeles, do Kodak Theatre. Depois da ácida e bem-vinda participação do comediante John Stewart, o trabalho de apresentar a cerimônia foi, este ano, para a comediante e atriz Ellen DeGeneres. Mais uma vez é hora de acompanhar a farta distribuição de prestígio para técnicos e artistas para o cinema hollywoodiano e inglês, vendo-os de perto via TV e longe de suas personas cinematografadas. Bem vestidos e com sorrisos nervosos, cada um dos indicados estará na já habitual teia de merecimento artístico, poder via mercado e simpatias políticas que podem, ou não, levar ao Oscar.

Vale destacar a participação forte não apenas dos ingleses que, este ano, aparecem em número ainda mais expressivo do que de costume, mas também de elementos estrangeiros, com acento latino na lista. A relação dos britânicos com com a indústria de cinema sempre impressiona. Nas ruas de Cannes ou Berlim, durante os respectivos festivais, não são os americanos, franceses ou alemães que são mais ouvidos em mesas, filas e falando em celulares, mas o britânicos.

Com a colocação natural na indústria como produtores, assessores de imprensa, técnicos e atore, a Inglaterra pode não ter uma indústria local poderosa como a da França, onde cerca de 50% do mercado é orgulhosamente dominado pelo cinema francês, estressando Hollywood a cada ano. Mas os ingleses participam em peso do cinemão e o Oscar ilustra bem isso esse ano.

Helen Mirren, por exemplo, que começou no teatro e no cinema, fez de Calígula a Excalibur, e é a provável ganhadora do Oscar de melhor atriz (vem ganhando todos os prêmios que antecedem o Oscar) pelo seu papel espetacularmente bem-composto da Rainha Elisabeth II, na crise que colocou a família real entre a fleuma e a humanidade nos dias históricos que seguiram a morte da Princesa Diana, então um desafeto real.

A "dame" Judi Dench, que ganha um bom dinheiro lateralmente como M, chefe de James Bond, vista por último em Cassino Royale, estará hoje na sua sexta noite de indicação (ganhou em 1999 como atris soadjuvante por Shakespeare Apaixonado , e sua composição como a emocionalmente instável Bábara, apaixonada pela personagem da australiana Cate Blanchett (indicada a atriz coadjuvante), é um dos pontos fortes de Notas sobe um escândalo(Notes on a scandal, EUA/Inglaterra, 2006), filme de Richard Eyre. A também inglesa Kate Winslet, dez anos depois de Titanic, marca a terceira presença na lista de atrizes, deixando a espanhola Pénelope Cruz(Volver é talvez o papel da sua vida) e a americana Meryl Streep (14º indicação por O diabo veste Prada, já ganhou atriz-coadjuvante por Kramer vs. Kramer e atriz por A escolha de Sofia) como estrangeiras da categoria.

Na categoria melhor diretor, os ingleses estão representados pos Paul Greengrass, pelo seu realto quase que insuportavelmente intimista do seqüestro do Vôo 93 (United 93) uma das poucas unanimidades de 2006 nos quesitos direção e montagem ( inidicados nas duas categorias, deve ganhar na montagem). O veterano Stephen Frears (incicado apenas uma outra vez por Os imorais, em 1990), defende A Rainha, trabalho de calma precisão que só poderia ter vindo de um realizador experiente.

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