19.2.09

Saudades

Jovens revivem tradições no Carnaval de Pernambuco
No carnaval do quadro Jovens do Brasil, Evaristo Costa chega a Pernambuco para mostrar o sobe e desce ladeira do Carnaval de Olinda.

Evaristo Costa - Olinda (PE)


Seu Pedro, de 84 anos, é pai de seu José Ricardo, de 52 anos, que é pai de Ricardo, de 27 anos. “Meu avô é um dos fundadores de vários blocos da cidade e meu pai é diretor de blocos. Desde pequeno eu tomei aquele gosto pelo Carnaval”, conta Ricardo. Ele é bonequeiro. “Na verdade, quem nasce em Olinda já nasce carnavalesco!”.

Os bonecos da Casa dos Bonecos Gigantes são criados pelo artista plástico Silvio Botelho. Além de ajudar na confecção, Ricardo também desfila com o boneco nas costas. “Eu também sou a alma do boneco! A sensação de estar dentro do boneco é a mesma de estar comandando um trio elétrico lá de cima, é saber que o pessoal está aplaudindo ali seu trabalho”, define.

Os bonecos são feitos de papel machê, isopor, fibra de vidro e massa corrida. O primeiro boneco gigante saiu em 1932. Ricardo, que já fez uns 300, conhece o tipo que dá mais trabalho: “Os bonecos de políticos sempre dá mais trabalho, mas divertem muito mais na rua, é mais gozado”, diz.

Mais de dois milhões de pessoas brincam o Carnaval nas ruas de Recife e Olinda. “O pessoal daqui é muito animado, tem a tradição local. O pessoal gosta de sair fantasiado para mostrar a emoção da brincadeira, da festa do povo nordestino”, explica Miriel, de 24 anos. “No Carnaval daqui, a gente sai acompanhando as orquestras de frevo de o estandarte”, conta Miriel.

Frevo, coco, maracatu, ciranda e afoxé são alguns dos ritmos que fazem parte do Carnaval pernambucano.

Robson, de 21 anos, é o rei de um maracatu. “Você tem todo um aprendizado de dança, depois passa por todos os orixás e aí chega a rei, ele explica. O grupo faz apresentações em todo o estado.

Ivan, de 24 anos, participa do bloco “Não Acredito que te Beijei”, fundado em 2006. “Aqui a gente faz uma verdadeira ressaca do Carnaval, não deixa a folia morrer no primeiro sábado após a quarta-feira de cinzas”, explica ele. O bloco é formado por 14 universitários que se conhecem desde pequenos e esse ano deve reunir dez mil foliões.

Carlos Roberto, de 31 anos, explica o porquê do nome do bloco: “A gente andava sempre contando as nossas peripécias lá do carnaval de Olinda, tinham aquelas apostas... Quem mais beija é que ganhava”, explica. Resultado da brincadeira: dos 14 fundadores, só quatro ainda estão solteiros.


E esse ano nao vou estar la para aproveitar.

Nenhum comentário: