Por Antônio Prata
Num mundo justo, os gordos teriam o seu lugar – e o lugar seria bem amplo!Falo sério: vivemos em meio a muito preconceito e os gordos e gordas são um dos grupos mais atacados. (Não direi aqui gordinhos, fofinhos ou fortinhos: isso é tão preconceituoso quanto chamar um negro de “escurinho”).
Durante um século 20, as mulheres, os homossexuais, os negros, e outros grupos discriminados lutaram contra o preconceito. Conseguiram avanços e, hoje, quem faz piada machista ou racista pode até ir preso. E os gordos, quem os defende? Ninguém.
Pois ao contrário das mulheres, dos homossexuais e dos negros, que são o que são e ponto, criou-se a idéia de que ser gordo é um estado que pode – e deve – ser ultrapassado. Que o “normal” é ser magro e, para isso, basta ter vontade, determinação e coragem. Mentira! Desde que o mundo é mundo existem gordos e magros. Quando a Terra acabar, eles ainda estarão entre nós!
Para serem aceitos plenamente, acho que os gordos deveriam criar um movimento. Tinham que organizar as Fat Parades. Ali, desfilariam em carros alegóricos homenageando gordos ilustres da história (já viram a barriga de Dom Pedro? E Getúlio Vargas?) ao som de Tim Maia, BB King, Louis Amstrong, entre tantas outras vozes de peso (com trocadilho, por favor). Deveriam lutar por bancos mais largos em ônibus e aviões, catracas especiais em estádios, cinemas e casas de show e, principalmente, punir com multas ou cadeia as piadas preconceituosas. (E no final da manifestação trocariam incríveis receitas de brigadeiro. Afinal ninguém é de ferro.) nas calçadas, pais e mães levariam seus filhinhos no ombro para, desde cedo, aprenderem a respeitar todas as formas (literalmente) de vida.
Alguém aí poderia dizer: mas os gordos não são saudáveis!E as modelos esqueléticas são? Dia desses um fotografo, amigo meu, foi fazer um ensaio de moda. A modelo desmaiou três vezes em uma hora. Õ saúde!
Não estou defendendo a esculhambação geral. Sou admirador do doutor Dráuzio e concordo com seus alertas sobre a sociedade estar cada vez mais obesa. Recomendaria, inclusive, à BOLO (Brasileiros Organizados pela Libertação dos Obesos), que pesquise a genealogia de cada membro para saber se ele é gordo de família ou apenas um penetra com maus hábitos alimentares.
Gostaria que todos fossem felizes com seus corpos, mas se precisasse optar entre anorexia e obesidade, ficaria do lado dos gordos – os excessos sempre me interessaram mais do que as carências.
4 comentários:
Eu queria o email da pessoa que escreveu este artigo... Meu Deus, que intelecto alucinante!
Quem assiste a novela das sete da globo, sabe como os gordos são maltratados , as palavras da pessoa que escreveu esse artigo são sabias.Protegem-se os gays, negros ...,mas os gordos são motivos de piadas. Ridículo.
A-D-O-R-E-I! Cansei de ouvir das mais diversas bocas que eu tinha que criar vergonha na cara e emagrecer (inclusive de médicos!). Perái! Quem tinha que ter vergonha eram elas por serem tão preconceituosas! Alguém se dignou a me perguntar porque eu sou gorda? Como cheguei aos 3 dígitos na balança? Eu nunca vi um gordo que "escolhesse" ser gordo por espontânea vontade. Quem tem opção opta por estar nos padrões sociais ora bolas! Quem gosta de ser diferente e recriminado por isso? Ao invés de apontar essas pessoas deveriam apoiar a recuperação de forma consciente sem querer que o gordo seja um faquir ou que deixe de viver! Defendo a saúde, desde que ela também seja saúde mental e psicológica e não somente saúde física (leia-se magreza, para muitos).
OI... é a primeira vez que visito um blog para gordos e amei que vcs escreveram,sou gorda e assumida rsrssr.susseso para vcs amei mesmo.
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